O Banco de Moçambique anunciou uma redução da taxa de juro de 15% para 14,25%, medida que visa facilitar o financiamento e tornar o dinheiro mais acessível no mercado. Essa decisão, segundo o governador Rogério Zandamela, reflete a consolidação das perspectivas de inflação abaixo de 10% no médio prazo, o que oferece um cenário de maior estabilidade econômica para o país. Ele enfatizou que, em junho de 2024, a inflação anual se manteve estável em 3%, uma ligeira redução em relação a maio, quando estava em 3,1%.
No entanto, Zandamela alertou sobre a pressão contínua do endividamento público interno, que alcançou 377,9 mil milhões de Meticais, representando um aumento significativo em comparação a dezembro de 2023. Este cenário demonstra a constante demanda do Estado moçambicano por financiamento da banca nacional, o que tem impactado o sistema financeiro. Apesar da redução na taxa de juro, o governador sublinhou que os desafios relacionados ao endividamento continuam a ser uma preocupação central para a política econômica do país.
Em relação à disponibilidade de moedas estrangeiras, Zandamela negou as alegações do setor privado sobre a escassez de dólares, euros e rands. Ele destacou que o Banco de Moçambique dispõe de reservas suficientes para cobrir mais de cinco meses de importações, um nível considerado confortável. O governador também mencionou que o banco central utiliza modelos internacionais para a gestão das reservas obrigatórias, mantendo a taxa em 39%, conforme os padrões globais, apesar das solicitações de redução feitas pela Confederação das Associações Económicas (CTA). Por fim, a previsão de crescimento econômico para o primeiro trimestre foi de 3,2%, com expectativas de manutenção desse ritmo até o final do ano, influenciado por fatores internos e externos.