A falta de pagamento das horas extras dos professores já levou a Associação Nacional dos Professores (ANAPRO) a perder a fé em quase todas as instituições, pelas quais antes acreditava que suas preocupações seriam resolvidas. Após diversas rodadas de diálogo com vários intervenientes, a ANAPRO encontrou-se hoje, em Maputo, com a Comissão de Queixas e Petições da Assembleia da República, em uma reunião que se revelou altamente improdutiva.
Os professores esperavam um diálogo frutífero com todas as partes envolvidas, incluindo delegações do Ministério da Economia e Finanças e do Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano (MINEDH). No entanto, foram recebidos apenas pelos parlamentares, que seguiram o protocolo usual de questionamentos sobre a instituição responsável pela falta de pagamento das horas extras, sem oferecer soluções concretas.
A indignação dos professores cresce à medida que se veem presos em um ciclo de promessas vazias e falsas afirmações sobre a resolução do problema das horas extras. A comissão da Assembleia da República não trouxe informações novas ou úteis para os docentes.
Em declaração à STV, o presidente da ANAPRO, Isac Marrengule, anunciou que, como próximo passo, a associação pretende levar o MINEDH ao tribunal. “O próximo passo que nós temos como associação é abandonarmos todas as negociações e queremos levar o Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano para o tribunal. Já não faz sentido nenhum continuar a negociar contra quem não quer”, afirmou. Ele também criticou a falta de clareza da ministra do MINEDH, Carmelita Namashulua, e de seu porta-voz, Manuel Simbine, que afirmam à imprensa que os pagamentos estão em andamento, mas não apresentam detalhes sobre as modalidades desse processo.