Total contrata empresa Ruandesa para segurança em Moçambique



Segurança e Conflitos de Interesse

A TotalEnergies contratou a Isco Segurança, uma joint venture entre a Isco Global Limited do Ruanda e uma empresa moçambicana, para fornecer serviços de segurança "sem o uso de armas" ao projeto de gás natural liquefeito (GNL) na bacia do Rovuma, na província de Cabo Delgado. A Isco Global detém 70% da Isco Segurança, segundo registros corporativos de junho de 2022. 

O Ruanda tem apoiado Moçambique no combate ao terrorismo desde 2021, enviando cerca de quatro mil soldados para a região. Esses destacamentos militares têm suscitado suspeitas de promoção de interesses econômicos ruandeses, conforme afirma Piers Pigou, diretor do programa da África Austral no Instituto de Estudos de Segurança em Joanesburgo: “A total falta de transparência alimenta a especulação em curso sobre os tipos de concessões, contratos e hipotecas a prazo do fluxo de receitas do GNL que estão a ser assegurados pelos interesses ruandeses”.


Relações Empresariais e Governamentais

A Isco Segurança foi selecionada após um “rigoroso processo de concurso”, apresentando a proposta mais competitiva. A empresa-mãe da Isco Global, Intersec Security Company, é uma subsidiária da Crystal Ventures, um grupo de investimento fundado pelo partido no poder no Ruanda. 

A Total afirmou não ter papel na organização ou financiamento do destacamento militar do Ruanda, mas tem reforçado seus laços com o país nos últimos anos. Em janeiro de 2022, o presidente-executivo da Total, Patrick Pouyanné, assinou um acordo de cooperação com o presidente ruandês Paul Kagame para explorar projetos de energias renováveis.


Parcerias e Expansão

Além da Isco Segurança, o projeto de GNL liderado pela Total trabalha com a Radarscape, uma subsidiária indireta da Crystal Ventures. A Radarscape firmou um acordo em 2024 para construir uma central solar em parceria com um grupo francês. 

A Radarscape é 99% detida pela Macefield Ventures Moçambique, subsidiária local da Macefield Ventures, e 1% por Jean-Paul Rutagarama. Segundo o Financial Times, a Radarscape passou pelas mesmas verificações de devida diligência que a Isco Segurança.

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