A República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda alcançaram um acordo de cessar-fogo, que entrará em vigor em 4 de agosto de 2024, após uma reunião mediada por Angola em Luanda. O encontro, realizado no dia 30 de julho, foi facilitado pelo ministro angolano das Relações Exteriores, Téte António, que conduziu as negociações entre as partes envolvidas. O objetivo do cessar-fogo é reduzir a violência no leste da RDC, uma região há muito assolada por conflitos envolvendo grupos armados que, segundo as autoridades congolesas, são apoiados por Ruanda.
O acordo faz parte do chamado "processo de Luanda" e será supervisionado pelo Mecanismo de Verificação Ad Hoc reforçado, garantindo a cessação das hostilidades e o desengajamento das forças. O governo da RDC comprometeu-se a apresentar um plano detalhado para a neutralização das Forças Democráticas de Libertação do Ruanda (FDLR), ao qual o governo ruandês reagiu prontamente. Este memorando de entendimento é visto como um passo crucial para restaurar a paz na região, com a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral) prevista para considerar as propostas nas próximas cimeiras de Chefes de Estado.
Antes das negociações, as delegações da RDC e de Ruanda, lideradas pelos seus respectivos Ministros dos Negócios Estrangeiros, foram recebidas pelo Presidente de Angola, João Lourenço, no Palácio Presidencial. Lourenço, que atua como mediador mandatado pela União Africana, tem desempenhado um papel central no avanço deste processo de paz. A reunião em Luanda reforça a posição de Angola como um ator-chave na busca por soluções pacíficas para os conflitos na região dos Grandes Lagos.